IDERVAL MIRANDA


Veja, ao final dos textos, as fotos minimalistas de Iderval Miranda. É só clicar.


Verão

montado em minha toalha

de camelos

atravesso os desertos

e as gramáticas das manhãs.


A borboleta

boba borboleta persistindo riscar no espaço azul

seu nome polissílabo.


Figura em azul

azul, tão somente azul

plena figura em azul.


Marinha simples

belo mar, belo mar

como é bonito

o verde belo do mar.


Mar

mar marcado de mar

ressalto de água e sal

e vento e céu e mar.

mar e mar

marcando o ir e voltar do sempre

mar,

sempre mar, sempre mar, sempre mar.


Paraíso

a cidade é simples

como um traço de lápis

e pequenas necrópoles

perpetuam a morte de tudo.


Cinema mudo

aquela harmônica

despretensiosa.


lição de maio

o mundo

não é feito de sonhos

é feito de pedras

e sonhos.


brasilidade

manipular o sexo

como se manipula a língua

portuguesa.


Dos gregos

pois que o verbo

seja ação

enquanto esta for amor.


A louca

o dedo

não esqueça do dedo

nunca esqueça do dedo.



Distância

aquela 

mulher.



Pequeno Prelúdio

teu gesto

aquele teu gesto.



CATARSE

novamente

aquela mulher.



(Extraído do livro Então - Editora Tulle, 2013)




Feira de Santana, BA
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